A Terapia Comportamental Dialética (DBT) é amplamente reconhecida como padrão ouro para as pessoas diagnosticadas com transtorno da personalidade borderline.

Desenvolvida pela psicóloga Marsha Linehan, que também tem o diagnóstico de TPB, a DBT tem como principal objetivo auxiliar o paciente a regular suas emoções intensas e impulsos, reduzindo comportamentos disfuncionais relacionados ao seu estado de humor. Além disso, busca-se promover a confiança e validação das próprias experiências, emoções, pensamentos e comportamentos.

A DBT combina técnicas de terapia comportamental, filosofia dialética e princípios de aceitação da realidade inspirados pelo zen-budismo.

Um aspecto que diferencia a DBT de outros programas cognitivo-comportamentais é que ela é uma abordagem terapêutica baseada em princípios, em vez de seguir um manual de tratamento rígido. Essa abordagem é estruturada em uma hierarquia de metas terapêuticas, que são estabelecidas com base em sua importância: em primeiro lugar, bordar comportamentos suicidas e de automutilação; em seguida, trabalhar para modificar comportamentos que interferem na terapia; em terceiro lugar, eliminar comportamentos que afetam negativamente a qualidade de vida; e, por fim, desenvolver habilidades comportamentais que promovam o bem-estar geral. Essa estrutura permite uma abordagem flexível, adaptada às necessidades individuais de cada paciente.

A DBT também se mostra efetiva para:

  • Transtornos alimentares;
  • Transtornos relacionados ao uso de substância;
  • Transtorno depressivo maior (TDM);
  • TDM crônica;
  • Transtorno de humor bipolar;
  • Transtorno de estresse pós traumático (TEPT);
  • Transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH);
  • Casais com intensos conflitos emocionais;
  • Outros problemas clínicos;
  • Adolescentes com desregulação emocional.

Mas, afinal, o que é o transtorno da personalidade borderline?

O Transtorno da Personalidade Borderline (TPB) é caracterizado por um padrão generalizado de oscilações e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, variabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade. Estima-se que ele afete cerca de 1,7% a 3% da população mundial, representando aproximadamente 15 a 20% dos pacientes em tratamento para transtornos de saúde.

No Brasil, são registrados mais de 2.000.000 de casos por ano. Embora o TPB atinja homens e mulheres, observa-se que as mulheres buscam mais o tratamento, representando cerca de 75% dos casos nos consultórios. O TPB deve ser diagnosticado clinicamente, por orientação especializada, já que ele não possui uma origem única estabelecida e, por isso, pode muitas vezes ser confundido com o Transtorno Bipolar.

Embora não haja uma cura definitiva para o TPB, existem tratamentos disponíveis. Com o tratamento adequado, é possível alcançar a remissão dos sintomas.

De acordo com os critérios diagnósticos do Transtorno da Personalidade Borderline, segundo o DSM-5-TR, o TPB é caracterizado por um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, autoimagem e afetos, além de impulsividade acentuada. Esses sintomas surgem no início da vida adulta e estão presentes em vários contextos. Para o diagnóstico, é necessário que a pessoa apresente cinco ou mais dos seguintes critérios:

  1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginário;
  2. Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização;
  3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo;
  4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p. ex: gastos, sexo, abuso de substância, direção imprudente, compulsão alimentar);
  5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento automutilante;
  6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex., disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias);
  7. Sentimentos crônicos de vazio;
  8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p.ex., mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes);
  9. Ideação paranoide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos.

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